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O curso de Informática Biomédica, criado em 2003 na Universidade de São Paulo, tem por objetivo formar profissionais capazes de fazer a ponte entre as área de computação e biociências. Com uma grade de ensino híbrida na graduação, os alunos têm a oportunidade de explorar os 3 grandes campos de foco: Bioinformática, Processamento de Sinais e Imagens Médicas e Sistemas de Informação e Saúde. Considerando os gastos brasileiros e mundiais em informática para saúde, os informatas biomédicos contam com um bom horizonte na carreira, seja ela acadêmica ou no mercado de trabalho.
Livia Olveira-Ciabati
Criado no ano de 2003 pela Universidade de São Paulo, o curso de Bacharelado em Informatica Biomédica foi pioneiro no país e tem por objetivo formar profissionais capazes de aproximar os campos da computação e biociências. A formação dos alunos é hibrida, oferecida pela parceria entre a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e a Faculdade de Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP). Abrange três áreas do conhecimento: (1) a Saúde, com oferta de disciplinas como anatomia, histologia, bioquímica e genética; (2) a Matemática, com conteúdos de cálculo diferencial e integral, probabilidade e estatística, e; (3) a Computação, com estudos de algoritmos, estrutura de dados, engenharia de software e banco de dados.
A parte introdutória do curso ocupa os dois primeiros anos, nos quais o aluno tem a oportunidade de explorar os três grandes campos do bacharelado: Bioinformática; Processamento de Sinais e Imagens Médicas; e Sistemas de Informação e Gestão em Saúde. Cada uma das áreas conta com suas especificidades e necessita de diferentes perfis de profissionais “informatas”.
A Bioinformática é responsável por analisar dados biológicos utilizando ferramentas computacionais e matemáticas. Essa área pode envolver a manipulação de imensos bancos de dados contendo informações, por exemplo, genéticas, como também a análise estrutural e funcional de nível molecular e, ainda, a criação de modelos biológicos. O Processamento de Sinais e Imagens Médicas utiliza resultados de uma série de exames – como a radiologia, tomografia computadorizada, medicina nuclear, eletrocardiogramas, entre outros – para a criação de softwares que sirvam aos profissionais de saúde como sistemas de apoio para tomada de decisão.Quanto a área de Sistemas de Informação, o objetivo é entender e otimizar os serviços de saúde por meio de sistemas computacionais. Dessa forma, se tornará mais fácil o gerenciamento de dados clínicos dos pacientes em toda a rede de atenção à saúde, da atenção básica nos postos de saúde até os mais especializados hospitais, passando também pela vigilância epidemiológica.
Devido as característica do curso, o perfil das pessoas que optam por Informática Biomédica é especifico, o que se reflete, por exemplo, numa relação candidato/vaga considerada baixa para a FUVEST. Porém, os formados não têm encontrado dificuldades de alocação no mercado, sejam como funcionários de empresas, sejam como empresários, ou no meio acadêmico da área de informática aplicada a saúde, dado que uma egressa já ocupa cargo de professora em uma universidade federal. Além disso, dados da Organização Mundial da Saúde1 demonstram que o investimento em saúde, no Brasil e no mundo, representa uma fatia considerável do Produto Interno Bruto (PIB) dos países, sendo preciso buscar formas inovadoras de otimizar o serviço sem comprometer a qualidade. Isso mostra como o informata biomédico está numa posição estratégica e de grande potencial para responder, de forma rápida, às necessidades tecnológicas da área da saúde que estão por vir, cumprindo a missão dada pela universidade e requisitada pela população.
Para saber mais:
• The World Health Report 2000. Health Systems: Improving Performance
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Para citar esse artigo:
Oliveira-Ciabati L. O nascimento da Informática Biomédica no Brasil. RESC 2014 Jun;1(1):e07.
Revista Saúde na Comunidade 